Os problemas da Educação no Brasil ja são ditos e conhecidos a muito tempo, além de estar presente em várias dimensões. É preciso repensar a educação em diversos pontos além de analisar os vieses que existem na dinâmica de ensinar-aprender, uma ferramenta boa para isso são os caminhos dados pela psicanálise. É por essa razão que é importante que haja o apoio de Psicanalistas nos ambientes de trabalho e de estudo, sendo fundamental para resolver não são as questões profissionais de uma pessoa, mas também tudo aquilo que a afeta. Você verá como isso é possível e muito mais sobre essa temática ao longo desse post!
Psicanálise e Educação, atuando de maneira conjunta, encontram um importante ponto de diálogo ao tornar o desenvolvimento humano e os desafios desse processo como objetos de estudo.
Quando as pessoas estão se sentindo bem, elas se sentem mais dispostas e mais preparadas para desempenhar as suas funções. Por essa razão donos de empresas e universidades estão obtendo cada vez mais conscientização e cuidando da saúde de seus profissionais ou alunos.
Considerando a história que atravessa esse diálogo e todas as contribuições da psicanálise, fica bem evidente que o investimento na interlocução entre essas áreas é algo que tem que ser explorado.
Sigmund Freud dizia que existiam três tarefas impossíveis: educar, governar e curar. Entender as relações entre Psicanálise e Educação foi uma tarefa que Freud se dedicou muito ao longo da sua trajetória, sempre fazendo referências a educação, seja no âmbito escolar ou no cultural.
Mesmo que a educação não seja um tema de grande relevância nas obras Freudianas, os insights e as reflexões contraditórias dele abriram e até hoje sustentam várias pesquisas sobre o verdadeiro significado de aprender e ensinar.
Nessas reflexões que foram desenvolvidas ao longo dos anos, é bem evidente a necessidade de não confundir a Psicanálise Clínica com a Prática Pedagógica. Nessa relação entre professor e aluno, não existe um analista e um analisado, já que segundo Freud, faltava a situação analítica.
De início, os professores pós-freudianos transgrediram as limitações freudianas referentes a Psicanálise e Educação e começaram a propor modelos educacionais pautados em conceitos psicanalíticos.
Hoje em dia a visão mudou, pensar o sujeito do inconsciente nos diversos ambientes psicanalíticos, como em clínicas ou instituições, é possibilitar outro olhar para aqueles que estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
É possível reconhecer que nas duas partes existem sujeitos de desejo e é por meio disso que os indivíduos podem construir e transmitir sua marca histórica como resultado de processos educacionais, uma vez que é através do desejo que o indivíduo faz relação com o que está ao seu redor.
A Psicanálise e a Educação contribuem uma com a outra ao elucidar que o espaço educativo também precisa desenvolver trabalhos que abordem o cuidado com os aspectos emocionais, já que esses fatores interferem de maneira direta e intensa com o desempenho escolar do aluno.
Uma outra contribuição da Psicanálise para o mundo educacional é reconhecer e trabalhar com todos os processos transferenciais que envolvem o processo de aprendizagem. As práticas psicanalíticas são ferramentas essenciais e buscam entender como esses aspectos são estabelecidos e como podem ser manejados pelo educador para melhorar o processo educativo.
Primeiro deve-se definir qual será o objeto de estudo, de quem se trata. Definindo isso, fica possível reconhecer os processos subjetivos que interferem nas relações e nas produções escolares, conseguindo ao mesmo tempo, reconhecer as particularidades de cada estudante e educador.
Propor projetos que serão desenvolvidos a longo prazo no contexto educacional se torna a resposta mais eficaz para colocar essas contribuições em prática. Ao direcionar esses projetos as famílias, estudantes e profissionais da área de educação, oferecendo pontos de vista sobre vários fenômenos no contexto educacional, possibilita mais saúde psiquíca e emocional.
Para que o processo de aprendizagem aconteça de uma forma eficiente, os estudantes precisam estar saudáveis emocionalmente. Isso vale também para os profissionais de educação, para que transmitam de maneira eficiente o conhecimento.
Um exemplo prático é a criação de projetos coerentes em sua fundamentação para tratar assuntos delicados como: ansiedade, depressão, automutilação e suicídio, esses aplicados no contexto educacional em que se trabalha.
Além desses projetos, fica evidente a necessidade de haver profissionais capacitados, como psicólogos, psicanalistas e orientadores, que oferecem um espaço de acolhimento contínuo no ambiente educacional. Nesse sentido, a presença desse profissional possibilita a intervenção direta ao fazer a mediação com o estudante, possibilitando um alinhamento de um discurso e trabalho desse aluno em específico.
É importante lembrar que o ambiente educacional nunca deve ser confundido com uma clínica, mas sim como um espaço acolhedor que viabilizaria uma comunicação maior e mais eficiente entre as partes envolvidas.
É preciso reconhecer que o fator emocional é determinante nos processos educacionais. Os profissionais de educação devem buscar formações, cursos e até grupos de estudo para que, quando deparado por esses fatores emocionais, eles consigam repensar a sua origem e suas possibilidades de intervenção.
Se um estudante começa a chorar na sala de aula, é preciso parar e pensar no contexto do qual fez esse choro emergir, problematizando o limite entre a validação do sentimento e a exposição desse estudante.
É preciso ter conhecimento sobre o processo de construir a subjetividade de cada indivíduo, assim, o profissional atuante na área educacional, vai ter condições de lidar com cada caso e as suas particularidades.
A forma mais evidente de como a Psicanálise pode contribuir no contexto da educação é: o desenvolvimento da escuta psicanalítica apoiada na transferência para pensar todos os processos educacionais, principalmente as capacidades de aprendizado. Seria como possibilitar um olhar clínico do professor ao analisar se o espaço escolar e a figura do educador apresentam sentido a vida do aluno.
O professor guiado pela escuta analítica consegue analisar quais as interferências que contribuem para que aquele não seja um ambiente de aprendizado para o aluno. Ao intervir nessa relação, usando inclusive ações simples, como uma conversa mais acolhedora ou uma aproximação desvinculada de conteúdos pragmáticos, é possível que haja uma mudança de como a figura do professor e tomada pelos alunos.
A relação professor – aluno é uma teia complexa de sentidos, representações, expectativas, que em muitos casos desemboca em conflitos. A Psicanálise ajuda o professor ou educador, a compreender essa intricada relação, dimensionar sua importância, chamar a reflexão sobre si mesmo e sua prática docente, atendendo para sua singularidade, responsabilidade e imenso desafio.
O profissional pode atuar em instituições de ensino em diversas frentes, como por exemplo no campo da Psicologia Escolar, mas essa só pode ser desenvolvida por psicólogos com registro profissional consolidado.
Calma, apesar disso, quem não possui esse título, ainda tem possibilidades na área de Psicanálise e Educação.
Profissionais com diferentes formações podem atuar com atividades diferenciadas, tais como: desenvolvimento de projetos que irão implicar em intervenções em aulas, rodas de conversa, grupos operativos, palestras para estudantes/familiares, formações de equipes escolares e outros.
Todas essas atividades fazem parte da proposta do ambiente escolar de trabalhar no intuito de desenvolver as habilidades socioemocionais, assim como exige a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular).
As vantagens de se unir os conhecimentos psicanalíticos com o meio educacional são claras e evidentes, ele se mostra útil para mapear problemas e solucionar lacunas emocionais que prejudicam o aprendizado de estudantes.
Existe uma demanda grande no mercado de trabalho para profissionais com esse tipo de formação. É possível notar um movimento crescente em escolas procurando profissionais que tenham referencial teórico e conhecimento nas diversas práticas educacionais, visando as demandas de trabalho da ordem emocional dos alunos.
Apesar de ainda não haver um regulamento que exija a presença de um psicólogo em cada instituição de ensino, a expectativa é de que essa solicitação do mercado não seja algo distante.
Cada vez mais ambientes têm buscado profissionais capacitados e especialistas na área, já que reconhecem que é preciso pensar a particularidade do contexto escolar nas diversas intervenções possíveis.
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